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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Falta de médicos prejudica pacientes com HIV em Alagoas!


Hospital Hélvio Auto está há três meses sem atender novos pacientes.
Carência sobrecarrega outras unidades de saúde do estado.


Há três meses o Hospital Hélvio Auto, referência em Alagoas no tratamento de doenças infectocontagiosas, está sem atender novos pacientes com HIV. Além disso, a unidade, situada no bairro do Trapiche, em Maceió, tem carência de profissionais para atender a demanda já existente.
Uma pesquisa divulgada pelo Conselho Federal de Medicina revela que o número de médicos em Alagoas está abaixo da média nacional. O índice não chega a dois médicos para cada mil habitantes.
Segundo a diretora-geral do hospital, Luciana Pacheco, a decisão de suspender o atendimento a novos pacientes no Hélvio Alto foi tomada porque o número de médicos é insuficiente. “São somente 11 profissionais que ficam nos ambulatórios, no pronto-atendimento e enfermaria. No caso do tratamento dos pacientes soropositivos, são apenas cinco. O número de médicos não suporta a demanda”, diz.
Luciana afirma que, para tentar resolver o problema, a Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal), que administra o hospital, já fez um concurso para a contratação de médicos. O problema é que não houve demanda de profissionais interessados no cargo. “Não estamos conseguindo adesão de médicos para a unidade. No concurso havia cinco vagas, mas apenas três profissionais se inscreveram. Destes, somente um era infectologista”, ressalta.
A situação fica mais complicada porque Alagoas possui apenas três unidades de saúde especializadas no atendimento aos pacientes com HIV. O Hélvio Auto é o responsável pela maior parte da demanda, chegando a 80% de todos os pacientes que precisam de atendimento no estado.
Sem conseguir atendimento no Hélvio Auto, os pacientes precisam procurar o PAM Salgadinho, que não tem internamento, e o Hospital Universitário (HU) que, segundo a assessoria de imprensa, só tem um médico infectologista . Nos dois casos, há demora na marcação e longas filas nos dias de consulta.
O coordenador do Grupo de Direito à Vida de Alagoas, Igor Nascimento, diz que em Alagoas existem 4.136 casos de HIV notificados. Para ele, a falta de médicos no Hospital Hélvio Auto para atender novos pacientes só aumenta os problemas enfrentados pelos soropositivos. "Infelizmente a questão da Aids é tratada apenas em campanhas pontuais. A rede de saúde para o tratamento é insuficiente. Essa situação não acontece somente em Alagoas, mas em vários estados", diz.
Nascimento afirma que, atualmente, para marcar uma consulta no Hospital Universitário o paciente precisa esperar de três a quatro meses. No PAM Salgadinho, onde a equipe médica foi ampliada, a situação é melhor, mas os pacientes também têm problemas. "Mesmo com uma equipe médica maior, o tempo de espera por uma consulta no PAM Salgadinho é de 15 a 30 dias", revelou.
Outro problema apontado por Nascimento é que no interior não existem hospitais para internação de pacientes. "Somente dois hospitais, um em Arapiraca e outro em Palmeira dos Índios, possuem Centro de Terapia Intensiva (CTI) que pode atender um caso de urgência. Mas para tratamento, os portadores têm que vir a Maceió", observa. 
A Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau) informa que, assim que o atendimento a novos pacientes foi suspenso no Helvio Auto, o Estado e município implementaram os serviços oferecidos a pacientes com HIV no PAM Salgadinho. A assessoria diz ainda que somente a Uncisal pode revolver o problema da contratações de médicos para o hospital referência, mas que outras medidas estão sendo tomadas na rede pública para ampliar o atendimento.

Ideal seria o dobro profissionais

E não são apenas os pacientes com HIV que estão sendo prejudicados com a falta de médicos no Hospital Hélvio Auto. O problema atinge todas as áreas da unidade de saúde. De acordo com a diretora-geral, o ideal seria o dobro do número atual de profissionais.
“Estamos perdendo profissionais que se aposentam ou pedem afastamento por problemas de saúde e não são repostos. Isso também torna a situação dos médicos que trabalham no hospital complicada porque eles têm que acumular trabalhos. Quando alguém tira férias fica mais complicado ainda”, afirma Luciana.

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FONTE: Globo.com


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